Senhor Deus, dá que a bocas da inocência Possa ao menos sorrir, Como a flor da granada abrindo as petlas Da alvorada ao surgir.
Dá que um dedo de mãe aponte ao filho O caminho dos céus, E seus lábios derramem como pérolas Dois nomes - filho e Deus.
Que a donzela não manche em leito impuro A grinalda do amor Que a honra não se compre ao carniceiro Que se chama senhor.
Dá que o brio não cortem como o cardo Filho do coração. Nem o chicote acorde o pobre escravo A cada aspiração.
Insultam e desprezam da velhice A coroa de cãs. Ante os olhos do irmão em prostitutas Transformam-se as irmãs.
A esposa é bela... Um dia o pobre escravo Solitário acordou E o vÃcio quebra e ri do nó perpétuo Que a mão de Deus atou.
Do abismo em pego, de desonra em crime Rola o mÃsero a sós. Da lei sangrento o braço rasga as vÃsceras Como o abutre feroz.
Vê!... A inocência, o amor, o brio, a honra, E o velho no balcão. Do berço à sepultura a infâmia escrita... Senhor Deus! compaixão!...[time=1048036614
Autor da mensagem: Desconhecido
Contribuição: Denise Carreira
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