Aqui, neste cantinho meio que escondido, meio que esquecido, entre o norte e a terra ergo minha taça para fazer um brinde à vida... renovação... renascer... enfim ao Natal. Meu olhar tem se perdido entre as luzes que piscam lentamente na arvore repleta de enfeites. Uma poesia escrita em lento ritmo, afinal tudo que se faz devagarinho é muito mais gostoso... mais saboreado com certeza. Tudo funciona num cenário mágico, de forma hipnótica até. Voltamos aos sapatinhos na janela e aos desejos no coração. Sonhos que não realizamos, mas que valeram por terem ao menos sido sonhados. Esboço um sorriso... rola uma lágrima teimosa, de uma saudades persistente e funda. Retrocedo em minha JORNADA. Verifico meus caminhos, minhas escolhas, meus acertos e meus erros. Mentalizo o brilho de cada amanhecer meu, respiro o cheiro de vida de cada anoitecer. Embalo meus versos à luz do luar. Peço lincença as estrelas para caminhar entre elas e por fim, exausta, suplico por um cantinho onde possa deitar minha cabeça... repousar... enfim voltar a sonhar. Só desejo um carinho... um aconchego aconchegante e quem sabe, numa tirada da sorte, roubo um beijo, longo... apaixonado... quente. Quem sabe entre o sul e o mar alguém também flutue olhando luzes pequeninas piscando. Que se recorde de um sorriso... da palavra doce ao ouvido. Quem sabe sinta a saudades... o desejo do aconchego. Sem sim ou não... pego minha taça e sorvo o gelado lÃquido, que desce pela garganta como um balsamo que aliviará ao menos, um pouco, a tristeza de se estar só.
Autor da mensagem: Maria Lucilia Cardoso
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