Alma minha gentil, que te partiste, Tão cedo desta vida, descontente; Repousa lá no Céu eternamente, E viva eu cá na Terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se contente; No te esqueças daquele amor ardente, Que já nos olhos meu tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te, Alguma coisa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou.
Autor da mensagem: Catarina de M. Ferreira.
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